O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (28) uma resolução para encerrar as tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros. A votação terminou com 52 votos a favor e 48 contra, revelando uma divisão apertada e um caráter principalmente simbólico, já que as taxas não devem cair por agora.
As tarifas, que chegaram a 50% sobre importações brasileiras, foram implementadas em julho, após a Casa Branca declarar estado de emergência como resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida afetou setores estratégicos da economia brasileira, como o agronegócio e a indústria do aço e alumínio.
Mesmo com a aprovação no Senado, a proposta ainda enfrenta uma longa trajetória política. A Câmara dos Deputados americana já anunciou que bloqueará qualquer tentativa de derrubar as tarifas até, pelo menos, março de 2026, o que significa que os efeitos práticos da decisão devem demorar a aparecer.
Entre os republicanos, cinco senadores romperam com Trump e votaram junto com os democratas da oposição. Um deles foi Thom Tillis, que afirmou que as justificativas apresentadas pelo governo americano “não são uma base forte para sustentar um tarifaço desse tamanho”.
Além da disputa comercial, o Congresso dos EUA enfrenta uma crise orçamentária, que tem atrasado votações e deixado o governo sem recursos até para pagar salários. O impasse político tem ampliado a tensão em Washington.
No último fim de semana, os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva se reuniram na Malásia para discutir o assunto. Apesar do encontro cordial e da promessa de manter o diálogo, nenhum acordo foi firmado até o momento.
