PF prende diretor da Agência Nacional de Mineração em operação contra 22 por corrupção no setor

Ex-diretor administrativo da PF também foi preso; investigados são suspeitos de fraudar licenças ambientais com pagamento de propina a agentes públicos; bloqueio de bens atinge conglomerado de mais de 40 empresas.

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Por César Tralli, TV Globo

Polícia Federal (PF) prendeu o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mario Seabra, na manhã desta quarta-feira (17). A operação faz parte de uma investigação que identificou uma organização criminosa que atua no setor de mineração para fraudar licenças ambientais por meio de pagamento de propina para agentes públicos em nível federal e estadual.

Além do diretor da ANM, outra prisão foi a do ex-diretor da Polícia Federal na Diretoria de Polícia Administrativa, Rodrigo de Melo Teixeira. Ele estava cedido para a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), um órgão federal. Ele é suspeito de ser sócio de uma empresa no setor de mineração.

Alguns investigados receberam dois mandados de prisão por inquéritos distintos que se conectam e que apuram corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e vazamento de informações.

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No total, portanto, 17 pessoas são alvo de prisão preventiva. Até agora, 14 foram presas, incluindo os principais investigados.

Segundo a PF, o alvo dos policiais é um conglomerado com mais de 40 empresas, sendo a principal delas a holding Minerar S/A. Elas atuam na exploração de minério de ferro em várias regiões críticas do estado.

Além do diretor da ANM, entre os alvos de pedido de prisão preventiva estão os empresários:

  • Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo criminoso;
  • Helder Adriano de Freitas, sócio de Alan na empresa mineração Gutesiht e apontado como articulador com servidores públicos e representantes de órgãos ambientais para manipular processos de licenciamento;
  • João Alberto Paixão Lages, também sócio de Alan na mesma empresa e articulador do esquema.

Os investigados são suspeitos de obter autorizações e licenças de extração e manuseio de minérios em áreas tombadas, segundo a PF, com alto risco de desastres e perto de unidades ambientais. De acordo com a corporação, eles arquitetaram uma rede de empresas e operadores para garantir a continuidade de empreendimentos minerários ilegais, mediante corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, fraudes documentais, e lavagem de dinheiro.

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O inquérito aberto em 2020 aponta que, para agir impunemente e ampliar os negócios, o grupo criminoso corrompeu integrantes de diversos órgãos, como a Agência Nacional de Mineração (ANM), IPHAN, Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas (FEAM), Secretaria de Estado do Meio Ambiente, entre outros.

Além dos pedidos de prisão dos empresários, a Justiça Federal determinou o afastamento de:

  • Fernando Baliani da Silva, funcionário estadual da FEAM;
  • Breno Esteves Lasmar, do Instituto Estadual de Florestas (IEF);
  • Fernando Benício de Oliveira Paula, do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

Segundo a investigação, mais de R$ 3 milhões foram pagos em propina a agentes públicos. Alguns dos alvos investigados são suspeitos de receber mesada para favorecer os interesses da organização criminosa.

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